Não fui eu que um dia te cantei
Numa voz rouca perto de ti
Talvez o poema que ainda não sei
No génio doce e forte de Ary
Não foram as mágoas, as lutas do tempo assim
Carregando a avenida do que tive e senti
Um povo na rua gritando dentro de mim
O génio doce e forte de Ary
Não são os silêncios que me matam mais
Do que tudo o que espero de ti
Mesmo quando calada me dizes onde vais
Pelo génio doce e forte de Ary!
2 comentários:
Só te posso deixar, como comentário, um poema do Zé Carlos:
Meu amor, meu amor
Meu amor meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura meu punhal a escrever
nós parámos o tempo não sabemos morrer
e nascemos nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura este céu não tem ar
nós parámos o vento não sabemos nadar
e morremos morremos
devagar devagar.
Ary dos Santos
...emocionado, um abraço!
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