30 de julho de 2013

SeNtA-tEàMeSa


Senta-te à mesa e come do meu pão
Pede mais um copo de vinho e solta uma gargalhada
Estar aqui é mais que um soneto ou canção
Mais que um plano centenário ou jornada
É querer saber da vida e dar-se ao abraço
É ter em cada novo gesto uma outra pose para o cansaço
É querer que o carinho se refaça a cada instante
É ter a certeza que o mundo circula adiante
Mesmo na podridão do que vemos e deixamos passar...
Natal é um retalho do que somos sem pensar.

Senta-te à mesa e arrota
Fuma mais um cigarro dos teus e pede-me um beijo
Afinal, estar aqui é uma sorte e não uma derrota
Uma mesa assim, com pão, vinho e queijo
E mais as outras migalhas que cuspimos gestos fora
Porque estamos sós, nos aturamos e não vamos embora
E mais as feridas das revoltas e as rugas do tempo que passa
Porque estamos aqui, como quem sorri de prazer à desgraça
E mais se cala, e mais escreve e mais se faz pasmar
Que retalhos somos nós, que vivemos sem pensar?

Senta-te à mesa, minha mãe. E deixa-me chorar cada pedaço da minha morte.



25 dezembro 2009

1 comentário:

Maria disse...

aBrAçO-tE
AbRaÇo-Te
ABRAÇO-TE

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...