Não me calem os gritos de cada vez que sangrar
Nem tentem colorir as fogueiras
A minha alma dói. Simplesmente.
É a palavra de tudo querer, de tudo dar
São os trilhos de viagens e canseiras
As fontes onde nascem os rios onde tudo se sente
Não me perdoem, se em flor, tudo se tornar cruel
Nem tentem esquecer-me ou enterrar
O meu peito corre. Talvez.
É a mortalha de um desejo feito fel
São os ruídos de um coração que se faz ao mar
As ondas onde me refaço do que ninguém refez
10 comentários:
Não me peçam para sorrir, quando chorar enche as marés da minha alma, e nela navega a caravela do meu amor naufragado.
O teu texto é lindo.
Beijinho
C.
Não me calem!
Porque eu refaço-me nas ondas...
... de cada maré cheia...
Lindo, Pedro
Será que,
"São os ruídos de um coração que se faz ao (a)mar"
Desejo que te refaças nessas ondas...
Lindissimo!
bjos
As ondas tudo podem.
Estás perdoado...
Um beijo :-)
Um dia vais ser um maré calma...deixa que as ondas te refaçam...ou refaz-te a ti proprio. Talvez nao precises das ondas...
Gosto do ar que aqui se respira...faz-me lembrar o meu.
fiquei queimada por estas palavras...
até já
Se buscas força no mar... a vida só poderá correr bem. Bj
Como acordar sem sofrimento?
Recomeçar sem horror?
O sono transportou-me
àquele reino onde não existe vida
e eu quedo inerte sem paixão.
Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,
a fábula inconclusa,
suportar a semelhança das coisas ásperas
de amanhã com as coisas ásperas de hoje?
Como proteger-me das feridas
que rasga em mim o acontecimento,
qualquer acontecimento
que lembra a Terra e sua púrpura
demente?
E mais aquela ferida que me
inflijo
a cada hora, algoz
do inocente que não sou?
Ninguém responde, a vida é pétrea.
(Carlos Drummond de Andrade)
:(
Enviar um comentário