23 de maio de 2007

PeRdÃo

Não me calem os gritos de cada vez que sangrar
Nem tentem colorir as fogueiras
A minha alma dói. Simplesmente.
É a palavra de tudo querer, de tudo dar
São os trilhos de viagens e canseiras
As fontes onde nascem os rios onde tudo se sente

Não me perdoem, se em flor, tudo se tornar cruel
Nem tentem esquecer-me ou enterrar
O meu peito corre. Talvez.
É a mortalha de um desejo feito fel
São os ruídos de um coração que se faz ao mar
As ondas onde me refaço do que ninguém refez

10 comentários:

Cris disse...

Não me peçam para sorrir, quando chorar enche as marés da minha alma, e nela navega a caravela do meu amor naufragado.

O teu texto é lindo.

Beijinho
C.

Maria disse...

Não me calem!
Porque eu refaço-me nas ondas...
... de cada maré cheia...

Lindo, Pedro

margusta disse...

Será que,

"São os ruídos de um coração que se faz ao (a)mar"

Desejo que te refaças nessas ondas...

as velas ardem ate ao fim disse...

Lindissimo!

bjos

Claudia disse...

As ondas tudo podem.

Estás perdoado...

Moura ao Luar disse...

Um beijo :-)

Jade disse...

Um dia vais ser um maré calma...deixa que as ondas te refaçam...ou refaz-te a ti proprio. Talvez nao precises das ondas...
Gosto do ar que aqui se respira...faz-me lembrar o meu.

borrowingme disse...

fiquei queimada por estas palavras...
até já

Lídia disse...

Se buscas força no mar... a vida só poderá correr bem. Bj

Suspiros disse...

Como acordar sem sofrimento?


Recomeçar sem horror?


O sono transportou-me


àquele reino onde não existe vida


e eu quedo inerte sem paixão.




Como repetir, dia seguinte após dia seguinte,


a fábula inconclusa,


suportar a semelhança das coisas ásperas


de amanhã com as coisas ásperas de hoje?




Como proteger-me das feridas


que rasga em mim o acontecimento,


qualquer acontecimento


que lembra a Terra e sua púrpura


demente?


E mais aquela ferida que me


inflijo


a cada hora, algoz


do inocente que não sou?




Ninguém responde, a vida é pétrea.


(Carlos Drummond de Andrade)

:(

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...