17 de junho de 2009

sAnGuEéSaUdAdE



Os silêncios que me deixaste fervem-me no sangue entre a corrente que de tempestade em tempestade turva o caminho. Os meus passos cansam-me nas memórias roucas da tua partida. O enorme olhar da paixão sobe-me pelo corpo arrepiando-me os versos nas trémulas vertigens que me devolvem a morte a cada novo dia. E depois perco-me. E aí sei que te encontro outra vez. Que entre cada ida e vinda há uma nova onda que se forma e que saberá adormecer no teu leito. Como uma praia que se eterniza na saudade...

9 comentários:

Som do Silêncio disse...

Praia...
Mar...
Areia...
Saudade...

Beijo meu
Som

Maria disse...

Não sei comentar-te, hoje.
Mas sei que a onda feita vida dorme sempre no meu leito quase morte. Todas as noites. E que a minha saudade se eterniza também numa praia...

Um beijo, Pedro
(e saio daqui a chover...)

Lídia Borges disse...

Sempre tão intensos estes poemas!
Overdoses de SENTIR...

Saudade, silêncios, memórias, praias, partidas...

Melhores ondas!

Anónimo disse...

"Que entre cada ida e vinda há uma nova onda que se forma e que saberá adormecer no teu leito. Como uma praia que se eterniza na saudade..." - lindíssimo! gostava de ter escrito isto :) nostálgico, profundo e apaixonado como o (a)mar

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro,

... os silêncios, pode ser apenas hiatos d'alma ...(com)passos leves...

Este poema é d'uma beleza tamanha.

Ao ler os infra, misturam-se sentimentos que vão da alegria, ao grito e ao quase sofrimento...

Obrigada por todas-as-palavras

um abraço amigo e o meu sorriso :)
mariam

nota:tenho tido problemas com o pc...por isso as ausências :))
Vou ver se consigo dizer 'presente' no dia 25 :)

BF disse...

Por vezes somos mesmo ondas em constantes desencontros
Vergastando a alma nas ausências qual onda no areal.

Um beijo
BF

Anónimo disse...

E é precisamente aí, nesse lugar em nós, que se pode pensar e sentir a saudade como um prazer. Pois á saudade volta-se quando estamos em maré...

beijos Pedro

cristal disse...

Porque não consigo deixar palavras,atrevo-me a transcrever:

"Gostava de encontrar um cavalo
que me levasse até dentro de um conto de fadas.Só um bocadinho...para sentir o perfume e o calor das suas cores...para respirar o ar dos sonhos;dos tempos...para me deixar contemplativamente às voltas de todas as suas personagens...sem ser visto...só para ver e cheirar...caminhar por entre todos os enredos...nunca ter medo do medo porque sei o que vai acontecer...apenas para ficar...por um momento só.Para depois ao voltar poder dizer que consegui!"

do livro "Escolhas" de Pedro Branco

Abraço Pedro
e
Fique bem

LuNAS. disse...

Haverá maior falta de ar do que uma ausência - presente?
beijinhos, Pedro

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...