Quanto tempo vive a morte?
Que pedaços faltam para que o mar acalme?
Quantos rios ainda?
Tudo permanece tão vivo...
Os papéis, os livros, as bonecas, as borrachas, fotografias, discos, o casaco pendurado na cadeira...
E a janela não se abriu.
Porque tu, mãe, ainda cheiras por todo o lado.
12 comentários:
Um abraço, amigo!
Escreve assim... Como quem grita! E que o teu grito seja tão forte que, lentamente, possa extinguir-se a ele próprio.
Um beijo
Um abraço bem apertadinho e reconfortante... amigo.
Os cheiros das mães ficarão sempre connosco.
Beijo, Pedro.
Olá Pedro,
peço perdão pelos comentários que fiz em posts anteriores, entendi que eram homenagens à sua Mãe, só não me apercebi que a perdeu tão recentemente, que a dor ainda está tão presente, que o sentimento de perda ainda corroí e aperta.
Lamento muito, nem sei que lhe dizer, mas infelizmente sei bem o que está a sentir, também já perdi o meu pai, já lá vão 10 anos e continuo a fazer-lhe poemas.
Beijinhos,
Ana Martins
As tuas palavras tocam-me especialmente hoje, pois faz exactamente hoje 11 anos que a minha mãe partiu nos meus braços e posso dizer-te que ainda hoje a minha mãe "cheira por todo o lado"...
Esperei por ti todo o dia. Aqui. Foi preciso fechar a porta para tu bateres... e eu não estava. Mas viste a janela aberta, e entraste.
Passeaste-te por aqui, quando cheguei senti a tua presença, um copo meio cheio (ou meio vazio?) de nada, mas o teu cheiro pairava no ar. Intenso. Ainda. Porque precisas de sofrer tanto para me entenderes? Bastava eu dizer, sei que acreditas...
Ah, o teu cheiro, sempre o teu cheiro, em mim...
Abraço-te. Forte, e rasgada por dentro...
Pedro,
A morte pode viver uma vida.
Não há mar mais lindo que o revolto.
Conheces bem o ciclo da àgua.
Souvenirs de uma viagem...
Cheiro da saudade.
Como te compreendo!...
é tão complicado Pedro.
A presença da ausência. é isso.
Um beijo e abraço apertado de quem tal como tu passou por isso tudo.
Um abraço bem apertado e um beijo grande Pedro e esta minha grande tristeza de ser incapaz de tornar suportável essa tua tão gigantesca dor
Acho que...
foi a primeira vez que me arrepiei ao ler algo.
Tão sentido, tão profundo, tão gritante e tão teu.
Aquele beijo.
Passou aqui quando posso, porque gosto de te ler...e só hoje percebi a tua perda! Um abraço daqueles que nos abraçam a alma...
Manela
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