20 de agosto de 2009

pReSo


Pode um rio ser um corpo, um nada?

Em corrente de memórias apenas…

Calar-se e nunca mais ser estrada

Perder a cor, as vestes amenas

Com que sempre vestiu as suas margens…

Pode um rio ser um manto de passagens?

Pode um rio ser um espelho morto, fechado?

Em túmulos presos aos seus próprios gritos…

Perder a voz, onde o retrato nem sequer é guardado

Tricotar-se em labaredas de dor e saudade, interditos

Com que sempre o vazio se veste de gala para dançar

Enquanto as chagas se vão deixando sangrar…

5 comentários:

pin gente disse...

um rio pode ser tudo, e pode ser nada!
pode encher-nos de cor na sua transparência, misturar com o seu caudal as nossas lágrimas...
pode abraçar-nos no ziguezaguear do seu caminho, quando ao longe as suas margem parecem tocar-se de mansinho.

deixo-te um beijo, pedro

Maria disse...

Pode. Por um tempo. Depois solta-se a água da fonte e o rio volta a ser rio. Com o tempo. Verás que o rio voltará a serpentear montes e vales e a reconstruir as suas próprias margens. A seu tempo. Como a Vida!

Abraço-te, Pedro

Anónimo disse...

Pode :)

Se queremos...pode !!!

Bjito

Anónimo disse...

O Rio é sempre igual a si próprio, comprimido nas margens que o apertam, o seu tom verde deve ser provocado pela natureza que por norma o rodeia, no rio correm memórias, vidas.
Mas o Rio não muda, apenas o nosso olhar se altera e a imagem fica deturpada.
Se os olhos são o espelho da alma, a visão do rio é um reflexo disso mesmo...


bem, parece que me deram corda :)

um beijo

maré disse...

Um rio é um princípio, mas é também um fim. Mas fica muito dele nas suas margens.Que permanece depois da passagem das águas.

Eu sei que me entenderás.
Agora todas as palavras estarão a mais, tantas vezes, quase intrusas na dor que é tão singular.

Um abraço

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...