27 de fevereiro de 2010
oSiLêNcIoDeMiM
Só na minha voz consigo guardar todo o peso da saudade. Carregada de fortes ventos inquietos e de um perfume solto que dentro de mim se deita. Só a minha voz me devolve o sofrimento e a lágrima. Cansada desta espera com que a minha madrugada se enfeita. Só na minha voz transporto o brilho deste sorriso, desta ternura. Carregada de ti, como um manto, um berço, um abraço. Só a minha voz me canta esta história incompleta e desassossegada. Veia que do meu corpo se escapa para desaguar na solidão pedaço a pedaço. Só na minha voz aconchego vagabundo cada gota do meu respirar. Carregado de um sabor quente, rouco, novelo de tantos amores por fazer ou descobrir. Só a minha voz me sabe devolver o silêncio de mim. Porque em tudo que existe, há muito mais para existir!
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oTeMp0
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A minha calçada é um manto frio Que me cobre de inquietação Foge-me dos pés, em forte arrepio Curva-se-me em lágrima e canção A minha calça...
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4 comentários:
O teu olhar. Dá-me o teu olhar. Encosta-te ao meu peito e deixa-me abraçar-te. E ao teu olhar. Não precisas de falar, olha só para mim. Que eu adivinho as palavras que não te saem. E as que te escorrem como lágrimas de sangue. Dá-me o teu olhar. Recolho-te no regaço feito leito de ternura. De tanto te beber fiz-me rio. Do teu olhar. Enrosco-te a mim e sou colo, outra vez. Serei sempre o teu colo. Devolvo-te em concha ao mar, mas comigo ficará sempre o teu olhar.
Abraço-te, Pedro.
Um grito pleno...de dentro da voz...até á rouquidão prazer!
Pleno de agrado.
Um abraço!
Pedro
Que bom poder contar sempre com esse colinho reconfortante!
Hoje não sabia que palavras deixar, então lembrei:
"NO TEU POEMA"
(que ás vezes canto sózinha com ganas de me libertar da inquietação, da revolta,da incompreensão, da solidão, do desatino, do desassossego e da saudade também)
"...No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da Senhora da Agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha.
No teu poema
Existe um canto, chão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
O canto em vozes juntas, vozes certas
Canção de uma só letra
E um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro..."
Abraço GRANDE
e
Boa semana
Pedro,
um poema lindíssimo, este ... de grito e de espanto e desabafo e TANTO !
um abraço amigo e um sorriso :)
mariam
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