No fundo da página em branco
No pesado toque de um punho em brasa
Tudo me corrói e me entrega
Este tempo feito poema que se atrasa
Soltam-se os versos embriagados e sôfregos
Os olhos arrepiam os minutos sedentos
E este peito arde, entre o céu e o inferno
De tudo ser apenas paisagem e momentos
Ser poeta nos labirintos da alma
Carregando o peso por onde me vou seguindo
Os pés secos, em chaga forte e silêncio
Que de tanto ser assim me vou consumindo...
9 comentários:
Não sei como as páginas em branco nos visitaram no mesmo dia... Coincidências!
Gosto muito mais da forma como o Pedro diz uma página em branco,afinal preenchida de forma tão intensa.
"Este tempo feito poema que se atrasa"
Obrigada!
a existencia é pautada por partidas e chegadas e, para um poeta, elas são sempre mais intensas em sua vivência...
não há folha em branco que impeça os teus versos "embriagados e sôfregos".
beijo
ir e vir...
Assim dessa forma onde tudo são paisagens e momentos... e é uma página em branco se fosse uma página com letras... seria como?
E é tão bom ser consumido ...
caminhas pela Vida com o "peso" que ela tem e a isso chama-se viver...
beijos com saudades de um abraço :)
Pedro,
ser poeta é ser assim ... intenso! como rio em chamas...
belíssimo poema!
um grande abraço e o meu sorriso :)
mariam
e neste "ir e vir": ondas de um mar de sentidos, enclausurados ou soltos, no Ser, existem subterrâneos do Amor.
É neste ir e vir que tantas vezes me desencontro. E consumo. E renasço.
Tu não?
Bj
versos embriagados nos labirintos da alma...perfeitas palavras
aproveito para convidar para o lançamento do meu livro... "In-Finitos Sentires", dia 27 de JUnho, às 16 horas na Biblioteca de Valongo (Porto)
beijo
Quantas vezes me perco nas marés de ir e vir
quantas me encontro na maré de não voltar
sei que volto e te encontro sempre a sorrir
esperando que mergulhe dentro do teu olhar
Um beijo, Pedro
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