7 de junho de 2009

iReViR



No fundo da página em branco


No pesado toque de um punho em brasa


Tudo me corrói e me entrega


Este tempo feito poema que se atrasa


Soltam-se os versos embriagados e sôfregos


Os olhos arrepiam os minutos sedentos


E este peito arde, entre o céu e o inferno


De tudo ser apenas paisagem e momentos


Ser poeta nos labirintos da alma


Carregando o peso por onde me vou seguindo


Os pés secos, em chaga forte e silêncio


Que de tanto ser assim me vou consumindo...

9 comentários:

Lídia Borges disse...

Não sei como as páginas em branco nos visitaram no mesmo dia... Coincidências!
Gosto muito mais da forma como o Pedro diz uma página em branco,afinal preenchida de forma tão intensa.

"Este tempo feito poema que se atrasa"

Obrigada!

Anónimo disse...

a existencia é pautada por partidas e chegadas e, para um poeta, elas são sempre mais intensas em sua vivência...

mariab disse...

não há folha em branco que impeça os teus versos "embriagados e sôfregos".
beijo

Anónimo disse...

ir e vir...
Assim dessa forma onde tudo são paisagens e momentos... e é uma página em branco se fosse uma página com letras... seria como?
E é tão bom ser consumido ...
caminhas pela Vida com o "peso" que ela tem e a isso chama-se viver...

beijos com saudades de um abraço :)

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro,

ser poeta é ser assim ... intenso! como rio em chamas...
belíssimo poema!

um grande abraço e o meu sorriso :)
mariam

Unknown disse...

e neste "ir e vir": ondas de um mar de sentidos, enclausurados ou soltos, no Ser, existem subterrâneos do Amor.

AnaMar (pseudónimo) disse...

É neste ir e vir que tantas vezes me desencontro. E consumo. E renasço.
Tu não?
Bj

Carla disse...

versos embriagados nos labirintos da alma...perfeitas palavras

aproveito para convidar para o lançamento do meu livro... "In-Finitos Sentires", dia 27 de JUnho, às 16 horas na Biblioteca de Valongo (Porto)
beijo

Maria disse...

Quantas vezes me perco nas marés de ir e vir
quantas me encontro na maré de não voltar
sei que volto e te encontro sempre a sorrir
esperando que mergulhe dentro do teu olhar

Um beijo, Pedro

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...