7 de janeiro de 2011

sImEnÃo


E se um dia a estrada se desfizer na minha mão?
Como pó ou bola de sabão
Num jogo que não se quis...
E se um dia eu for feliz?

E se um dia o vento me trouxer a noite outra vez?
Como silêncio num amor que ainda não se fez
Num tempo que nem sei se existe...
E se um dia eu for triste?

E se um dia a saudade me queimar por inteiro?
Como um grito escuro e derradeiro
Numa viagem de ida em monte...
E se um dia eu for fonte?

E se um dia as palavras se perderem de mim?
Como um cego solto abraçando o fim
Num murmúrio doce e frio...
E se um dia eu for rio?

E se um dia as voltas das voltas caírem no mar?
Como uma tempestade, sem avisar
Que nesse dia, quem sabe, na praia de ti
Me deixe morrer... aqui.

3 comentários:

Maria disse...

E se um dia eu pegar em ti e te levar a ver a lua como a noite pega em mim e me faz tua e se um dia voarmos com o vento e o relógio parar porque não há tempo e se um dia a tempestade trouxer a morte apenas porque pensa ser mais forte e se um dia te abraçar porque tens frio será que aí te fazes rio e se uma noite eu e disser adeus será que ficas nos braços meus?

M(im) disse...

E se um dia escrevesses u poema que não fosse lindo, algo estranho teria acontecido ao Mundo...

Carmo disse...

E se um dia o Mundo acordasse só com poesia!...

Um abrço

Boa semana

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...