1 de fevereiro de 2011

pEsCaDoRi


Do voo rasante sobre os lagos tremendo
Das viagens entre o ir e o ficar
Meu amor, que de tão tarde te foste ao mar
E eu, tão cedo, já morrendo...

Dos prantos nas noites cantando
Da solidão dos braços feita em mim
Meu amor, sempre à beira de tudo, à beira do fim
E eu, ventania, esperando, esperando...

Das rugas nas minhas mãos sempre tuas
Do perder-te todos os dias sem saber
Meu amor, se virás de novo, ao amanhecer
E eu, gastando as minhas pétalas nuas...

Da barcaça no horizonte nevoeiro
Dos silêncios na ponta dos dedos
Meu amor, viver entre a morte e os medos
E eu, apenas, de cada vez, um sonho primeiro...

3 comentários:

Aquarela disse...

Acho que ser poeta é mesmo isso viver entre a morte e os medos... rasgando espaços para sonhos e esperanças ...pelo meio... embarcando em poemas escritos no silencio dos dedos...
gostei mesmo muito!
Parabéns
abraço

Carmo disse...

Belíssimo poema, de amor, medos e esperança de esperas.

Um abraço

Boa semana

Maria disse...

E tu, tão cedo, já morrendo... meu amor primeiro!
Chovo. Não devia ter aportado aqui, hoje.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...