Os cacos no meio do chão
As pedras soltas e misturadas
Já não aguento sonhos e estradas
Quero calar-me em dor e vulcão!
Basta-me a ternura e sou rei.
Mesmo em silêncios de mão em mão
E tudo se refaz e nada esperei:
Os cacos no meio do chão.
Há as ternuras perdidas em corpo quente
Momentos e danças tão bem amadas
Onde o tempo é sempre presente:
As pedras soltas e misturadas.
Há os cantos e as chagas do regresso
Mesmo no leito das loucuras cantadas
Os meus lábios frios trazem impresso:
Já não aguento sonhos e estradas.
E agora? Fica-me a vida outra vez
Na raiva que se rompe na incompreensão
É por isso que serei grito talvez:
Quero calar-me em dor e vulcão.
1 comentário:
Ao ritmo da emoção, esta construção poética que regressa, a cada passo, à primeira estrofe como quem não possa esquecer o retorno a uma Ítaca desmistificada.
Lídia Borges
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