De mansinho ouso sair da cabana. O vento frio não se faz sentir. O horizonte aparece-me limpo e o terreno em cinzas de Inverno. Ouso dar um passo mais em direcção ao labirinto. Entro? Fico? Avanço! Decidido e forte. Sei da inquietação que ficou dentro da cabana, onde ela ainda dorme no cheiro daquela noite. Tenho de me afastar. Nem olho para trás, claro. A porta ficou aberta para deixar entrar as minhas lágrimas. Que da saudade só conheço a poesia. E da dor o carregado corpo com que me transporto. Mais morto que vivo, é certo. Tenho de avançar. A viagem é longa longa quem sabe eterna... Levanto a cabeça por sobre as estradas de terra desenhadas a carvão. Ergo as mãos sobre a cabeça. Quero arrancar-me um pedacinho que seja desta ausência. Vou. Porque só assim saberei ficar...
9 comentários:
Se não ousares avançar nunca saberás
pois da saudade nunca terás resposta
e das ausências que te vão apertando te despirás
um dia rente à porta
que deixaste aberta.
Só assim poderás ficar...
Um beijo, Pedro.
Muito bonito.
Gosto muito de te ler.
Um beijinho
Faz-te céu e voa.
Belas palavras, como sempre bem combinadas.
Beijo
ausenta-te o tempo suficiente para sentirem a tua falta mas não o tempo suficiente para aprenderem a viver sem ti...
*
Se ficas ou não dependerá da viagem...
Passei por aqui e deixo-te todo o meu amor.
Como está o nosso menino/a?
A saudade com que nos transportamos...é isso. Beijos.
Pedro,
... e, que a porta fique sempre aberta... à poesia...
muito bonito.
um afectuoso abraço
um sorriso :)
e FELIZ NATAL!
mariam
Foi uma das noites mais bonitas, lá.
Em que te cantámos. Porque da saudade conhecemos a poesia. A dita, e a cantada.
Não me ausento. Estou estarei cada vez mais presente...
Um beijo, Pedro
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