
Porque o momento é insuportável. Sufoco em mim. Asfixio nos meus passos e no meu olhar. No vazio. A transbordar desta solidão que me sangra os dedos. E não consigo adormecer. O tempo torna-se o carrasco e a luz cega demais...

Fosse eu calaçada ou caminho
Rocha, malmequer, ribeiro apenas
Fosse eu aguçada pressa de veludo ou linho
Carne, sangue, fomes amenas...
Fosse eu alma da inquietação
Presa de tamanho areal
E saberia por uma vez, de cor, a canção
De te saber MARIA de Portugal!
O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...