23 de fevereiro de 2009

ViGiLaNtE


Cada passo trémulo em rio feito
Cada pedaço de mim sempre pouco
Abro hoje a chaga deste peito
Onde o silêncio é tempestade e sufoco


Cada futuro interrompido em verso e canto
Cada margem que nos separa e nos abriga
Abro hoje a renda deste pranto
Onde renasce a dor por mais que não consiga


Cada fuga secreta no meio da multidão
Cada lágrima seca cá dentro a ferver
Abro hoje a maré deste coração
Onde a saudade se prende sem se prender


Cada verso, cada lírio, cada desgraça
Cada nó na garganta rouca e cansada
Abro hoje a solidão que passa
Onde o meu olhar é janela fechada


Cada volta do teu nome em mim
Cada grito no precipício da sorte
Abro hoje o princípio do fim
Onde nascer é ser maior que a morte!

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Serás maior que a morte, minha filha!

9 comentários:

Maria disse...

Agora não consigo.
Vou ali e já volto....

Abraço-te, Pedro

Maria disse...

Olho as tuas palavras e vejo-te em cada uma. E sinto-as todas.
Leio-te devagarinho desatando cada nó que se faz. E engulo-os todos.
Visto a inquietação o sufoco o cansaço a solidão. E abro o meu peito.
Deixo-me sossegar no abraço que nos demos. E no rio de que és feito.

Beijo de boa noite, Pedro!

AnaMar (pseudónimo) disse...

Sim, a tua filha será maior que a morte.
Bj terno de uma mãe que tem a certeza disso!

Anónimo disse...

Bom dia. Vim ler-te. como o faço sempre, por hábito e pela Amizade que nos une em palavras, mas mais do que tudo isso venho ler-te porque gosto da tua forma "enrolada" de te escreveres.

Eu sou Mãe e tu sabes bem o quanto vos desejo tudo de bom.
Vai correr tudo bem. Descansa Pedro.

Deixo-te um abraço se precisares de mim sabes onde eu estou.

Anónimo disse...

Lindoooooo

ruth ministro disse...

Consegues sempre maravilhar-me com os teus poemas...

Maria P. disse...

Por vezes não sei dizer-te nada, este é um desses momentos...

Beijinho, Pedro*

S* disse...

Incrível. Será maior que a morte, tenho a certeza.

Su disse...

uma flor.sempre.


jocas maradas

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...