8 de abril de 2009

nÃoSeIdAsMaRgEnS

Sento-me silêncio na beira do rio

Perco o olhar entre a fome e o arrepio

Sei da morte, do tempo, das viagens

Mas não sei das margens...

.
Grito flores ao vento em poemas de dor

Rasgo-me por inteiro entre a solidão e o amor

Sei de tantas memórias e paisagens

Mas não sei das margens...

.
Rebento um sangue ardente que das veias corre lento

Pouso o corpo por entre o sonho e o esquecimento

Sei dos rumos e das paragens

Mas não sei das margens...

.
Curvo-me embriagado perante mim

Carregado de cinza que se desfaz por fim

Porque sei de cor todas as fontes e miragens

Mas ainda não sei das margens...

6 comentários:

Carla disse...

...porque nas margens pode estar a segurança que se precisa, por isso tantas vezes a perdemos...quantas vezes em nós mesmos
beijos e boa Páscoa

Maria disse...

Seguramente encontrarás as margens, mais cedo do que tarde. Porque as margens, estas de que falas, somos nós que as desenhamos. Dentro do peito. No coração.

Um beijo, Pedro

Lyra disse...

Olá, venho desejar uma Boa Páscoa, replecta de amêndoas e boa disposição.

Beijinhos e até breve.

Lyra
;O)

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro,

a vida toda... é de margens feita... e de pontes, que podemos ou não atravessar...

um poema lindíssimo . este .

Boa Páscoa
grande abraço
mariam

nota:foi bom aderir à causa do 'Gui' e foi um gosto estar convosco.

Maria P. disse...

Já tinha adorado, volto a adorar...

Beijinho, Pedro*

Anónimo disse...

Este poema das Margens, ia jurar que já o tinha comentado... vê só como eu ando...
Não sabes das Margens? Nem eu das Minhas...

Apenas sei que um dia li algures, e nem sei quem escreveu "todos falam da violência/força do rio mas todos se esqueçem das margens que o comprimem..."

As margens é o sitio até onde nos é permitido chegar a partir daí ultrapassando as margens entramos em terreno minado...

Assim as vejo, assim as sinto.

Beijo Pedro :)

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...