Volta-me o sopro da saudade no peito
Neste silêncio que da solidão me atormenta
Canto-me o tempo forte e desfeito
Que hoje me inquieta e assim me acorrenta
Sei dos dias contados em lágrimas ou canções
Das curvas que desfazem os caminhos
Sei que os mantos nem sempre aquecem os corações
E que por vezes das saudades somos simplesmente sozinhos
Volta-me o verso, a tempestade, o abraço
De apenas um sopro, brisa pura de sentir
Por isso te beijo assim, entre os aromas do sargaço
Que em nossas ondas são sempre de ir e vir!
5 comentários:
Solta-me o nó de angústias caladas
Na volta da brisa fresca do mar
Ata-me as mãos às lágrimas salgadas
E em que me refaço no verbo amar
Será de dor a tempestade no peito
Ou dos trilhos que caminho em solidão
Virá um dia na canção de qualquer jeito
E serei mais uma vez inquietação
Porque de todas as palavras se fazem versos
E de cada abraço saboreamos o sentir
Pelo vento te deixo beijos dispersos
Sabendo-nos em todas as marés de ir e vir!
Abraço-te, Pedro
Saudade - O que será... não sei... procurei sabê-lo
em dicionários antigos e poeirentos
e noutros livros onde não achei o sentido
desta doce palavra de perfis ambíguos.
Dizem que azuis são as montanhas como ela,
que nela se obscurecem os amores longínquos,
e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas)
a nomeia num tremor de cabelos e mãos.
Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro,
seu segredo se evade, sua doçura me obceca
como uma mariposa de estranho e fino corpo
sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas.
Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado
desta palavra branca que se evade como um peixe?
Não... e me treme na boca seu tremor delicado...
Saudade...
Pablo Neruda, in "Crepusculário"
Um beijo e abraços,
C.
eterno o retorno
quanto eterno é o sentir.
brisa
enxofre
de sargaço ou de moliço
por vezes um rumor distante
que se embala sobre as águas
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beijo Pedro
saudade no peito, e a brisa é suave. vai e volta sempre tranquila, sempre aconchegante uma ternura.
Vai e Volta, mas fica sempre.
Beijo Pedro
Tanta gente sente saudade, mas só alguns a descrevem tão bem... Queria ser poeta assim!
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