A tua ausência morde-me o tempo e já não sei muito bem contar. Contar os dias que faltam ou contar os passos obrigatrórios. Sabes que o meu caminho é feito de embriagados gritos e de ti. Mas a tua ausência morde-me...
A tua ausência consome-me o ar e já não consigo muito bem respirar. Respirar as flores que pinto ou os beijos das mãos. Sabes que o meu caminho é feito de pele e de ti. Mas a tua ausência consome-me...
A tua ausência rouba-me os sonhos e já não sei muito bem das histórias. Histórias de mentiras e de verdades, de pequenas viagens ou eternas falésias. Sabes que o meu caminho é feito de versos e de ti. Mas a tua ausência rouba-me os sonhos...
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A tua ausência é um lago parado na planície. E as suas águas não se renovam. Não existem algas nem marés nem pés descalços nem pedrinhas a saltitar nem reflexos nem o chilrear de um filho ou o suor dos amantes...
A tua ausência, por ser tua, também me afasta de mim.
5 comentários:
eu que sinto tanto a ausência de uma pessoa, fiquei especialmente tocada por estes versos.
Há ausências assim, doridas, sofridas... Outras há tranquilas e necessárias para um eterno regresso de um grito de liberdade...
Pedro,
Linda a tua forma poética de dizer sentires... amor,saudade,raiva,solidão,alegria,ausência(da Maria)...
Fechei a caixa de comentários do mariasentidos, mas continuo a visitar o 'blogobairro' e embora ande parca no comentar, não me esqueci de Ti nem dos outros(as)amigos(as).
um abraço e o meu sorriso :)
mariam
E o tempo, que não passa...
Morde-me ainda a saudade que tenho de ti. Do teu sorriso. Do teu olhar. Do cheiro a sargaço.
Morde-me ainda a distância que me separa de ti. O caminho. O alcatrão. O teu passo.
Morde-me tudo na ausência de nós. Dias noites sonhos sorrisos lágrimas e nós. E o teu abraço.
Beijo-te.
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