25 de janeiro de 2009

CiDaDeDaSoLiDã0


Falamos de uma cidade cheia. De passos apressados e de mãos que se procuram nos desencontros onde as vozes se confundem. De silêncios em demasia. Nem o teu sussurro me acordou. Tinha-me deixado cair numa parede demasiadamente vazia. O meu corpo era uma folha à mercê do tempo. Os meus olhos rios feitos esgotos. Os meus braços apenas pó... Nesta cidade cheia não existem fotografias. Os passeios são baús a abarrotar de memórias e lágrimas. As estradas feitas labirintos assassinos e escombros do peito. Não havia janelas. Muito menos portas. Nesta cidade de dentro da solidão só existo eu...


6 comentários:

Paula Raposo disse...

Pois. Não existe nada. É. Beijos.

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro,

uma cidade em horadeponta
tenta percorrer a mesma cidade numa outra hora, quando o teu peito estiver mais sereno e até conseguirás ver alguma beleza na levada d'água que corre na sargeta ou no estendal de roupa gasta num qualquer beco sem saída... no velhinho café da esquina onde no cruzar de um olhar a solidão se pode desgastar por instantes, ainda que breves...

pronto já estou a divagar...

gostei muito desta cidadedasolidão

boa semana
um sorriso :)
mariam

Maria disse...

Provavelmente. E tantos outros como tu. Em solidão, ou solitários...

Um beijo, Pedro

Anónimo disse...

Uma cidade cheia e sem janélas...
de certeza que te enganaste no caminho...
ou é apenas um momento só.

beijo

just me, an ordinary girl disse...

talvez o meu poema favorito, de todos os que já li aqui...

ruth ministro disse...

Tão lindo... Não me canso nunca de te ler.

Beijo

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...