3 de junho de 2010

v0o(U)


No suor das tardes de sol
Abismo feito amor que invento

Carrego ainda o cheiro do lençol

De te ter assim, entre o mar e o vento
No olhar que tudo dá e cobre
Lago feito intervalo ou alento

Desfaço-me e talvez nada sobre

Nem mesmo o mar, quem sabe o vento

Nos sorrisos ardentes e cansados
De um tempo de fome e acolhimento

Levo as memórias e os medos acorrentados

Para que tudo fique em sossego, mar e vento.

7 comentários:

Filoxera disse...

As tuas palavras são são demasiado poderosas para alguém comentar.
Mas sei que, ainda que te desfaças, sobra sempre algo. Canção, poesia, voz, imaginação, sobrará sempre algo que te fará renascer.
Um beijo.

OUTONO disse...

Nas tardes de sol enamoradas
Beijo os odores de ti maresia
Neste pensar de escritas amadas
E tolho-me no sonho que enfastia

Os verbos repetem-se em desnorte
Sílabas sem sinais ou funções
Actos acorrentados de tempos corte
É o dar e o perder de vida emoções.

Maria disse...

Perco-me a olhar a ilha, vazia de mim
Não sei contar quanto tempo é o tempo
Desato o nó e deixo-me chorar assim
Por não te ter, nem ao mar nem ao vento

Ficou comigo o teu cheiro no meu leito
Desfeito pelas mãos do amor no momento
Sangra ainda de dor este meu peito
Por não te ter, nem ao mar nem ao vento

De tudo o que guardei e já não quero
Fica o canto das ondas como um lamento
Que me acolhe e leva para onde te espero
Para depois te ter, seja no mar ou no vento.

M(im) disse...

Pedro, que tesouro!
O teu vento e o teu mar sempre belos na no rspeito que as palavras têm ao poder od teu sentimento sobre elas.
E depois....
OUTONO, MARIA!
Que riqueza aqui te deixaram também!

E... a mais não me atrevo!

Vénia e beijinho!
Fabuloso!

Silenciosamente ouvindo... disse...

A poesia irá sobreviver sempre!!!
Os blogues têm sido uns bons
divulgadores de poesia,como este.
Saudações bloguistas.
Irene

cristal disse...

Pedro

Apesar de todos os cansaços:

Sempre a olhar o Mar!
Sempre a sentir o Vento!


E deixo o ABRAÇO de Sempre

... a cada instante ... disse...

Que palavras especiais!

Já li e reli várias vezes... Gostei particularmente:" Levo as memórias e os medos acorrentados".

Abraço.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...