Saía solto sem se demorar
Levava histórias em cada passo seu
O vagabundo só sabia olhar
Pra dentro do que (não) era seu
.
Pedia em jeito de janela aberta
Pedia em jeito de janela aberta
Fechado que estava sempre para a vida
O vagabundo não tinha nunca hora certa
Na chegada que era sempre despedida
.
Cantava às vezes como quem fugia
Cantava às vezes como quem fugia
Por entre as ruas e luzes da cidade
O vagabundo de noite ou de dia
Tinha as mãos em chaga de amor e saudade
.
Às vezes quando se calava
Às vezes quando se calava
No grito forte de nova morte
O vagabundo tinha quem olhava
Com pena para a sua sorte
.
.
Talvez eu seja só mais um
Que um dia já bateu no fundo
Mas creio que é muito comum
Termos em nós, um certo vagabundo...
2 comentários:
Que retrato...
...vagabundo de olhar doce e sorriso quente!
Beijo, com saudades...
Todos temos em nós um vagabundo, sim! E isso não é necessáriamente mau. Sempre que te leio nas tuas "vagabundices"... rss, encontro-lhe até uma certa ternura, que é o que tu transpiras, ternura!
Também todos nós, pela vida fora batemos no fundo algumas vezes!
Vá lá, não queiras ter o exclusivo..., rss!
Estou brincando, Pedro, não gosto de ver-te assim, com essa tristeza dormente!...
Prefiro ouvir-te gritar!...
Deixo-te no meu abraço carinhoso :)
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