Vou falar na primeira pessoa...
Espera. Não falas sempre na primeira pessoa?
Sim.
Então?
Mas agora vou falar mesmo na primeira pessoa.
...
Ontem perguntaram-me se andava triste. Disse que sim. Que tinha saudades do vento.
Do vento? Do inverno?
Não. Do vento.
Qual vento?
O vento. O que temos dentro de nós.
Tens, portanto, saudades de ti próprio.
Não. Temho saudades do vento.
Ok. Vou fingir que percebo.
Não finjas. Ouve apenas o que tenho para te dizer.
Sim. Sabes que te leio sempre.
Não é a mesma coisa.
Não?!!!
Não. O que tenho para dizer ainda não escrevi.
Não?!!! Então porque escreves?
Porque tenho coisas para dizer...
Como?!!! Já não percebo nada. Não te entendo...
Não vale a pena entenderes-me.
Mas eu gosto de ti.
Por isso mesmo. Gostas de mim porque não me entendes.
E isso é bom?
Raio de pergunta!
6 comentários:
Lindo poema, Pedro!
Adorei ler-te falando
DA primeira pessoa!
Adoro essa tua "trilogia"
dizer-te/descrever-te/amar-lhe.
O vento é o amigo mais traiçoeiro, não sabe guardar os segredos de ninguém, sempre que passa pelo mar, abre as asas e... são mensagens como nuvens, grandes demais para uma simples garrafa atirada às marés!
Adoro ler-te!
Beijo!
É nos teus silêncios que te entendo melhor...
Guarda o vento dentro de ti, sempre. E deixa-me olhar-te de frente. Mesmo distante. Só assim consigo abraçar-te com olhar.
Beijo-te.
Sabes, fico sempre na dúvida sobre o que será feito da pessoa primeira dentro de cada um de nós...
Beijo, Pedro
Um poema teu já é uma definição, não precisa de muitos adjectivos.
Sim. é sempre bom.
quanto menos se entende maior a curiosidade :)
Adoro-Te.
Não reconheci a casa quando entrei.
E no entanto o teu cheiro e a tua poesia aqui, à minha frente. Tudo tão cheio de ti. E a casa era outra. Afinal a mesma, porque contigo dentro.
A.te
Pedro,
Na primeira pessoa ou não, o que escreves é sempre muito belo!
Gosto de ti...da tua escrita... e também da tua nova casa, engraçado, reparo agora que devemos ter os mesmos 'arquitecto/empreiteiro', a minha é parecida! LOL
um sorriso :)
mariam
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