27 de dezembro de 2010

p0uSoDaSaUdAdE

Pousa no cais a Bela Amante. Chegou de uma longa viagem sem saber se o regresso é certo. Não sabe se o vento a levará de volta à solidão ou se pelo contrário encontrará o abraço eterno. Junto às folhas do outono, pintura imaculada de uma pele sempre quente, deixa-se ficar perto. Responde ao sopro das cores. Chora mais um jardim. A sua voz rouca é manto da espera. O tempo fica pronto e sem saber recolhe-se de novo para um outro canto. O amor é a sua respiração e as palavras pouca importância têm. Saberá ela como encontrar o seu destino, se tudo é paisagem e sorriso de felicidade? Conseguirá pousar e quem sabe descansar? A morte, talvez, um dia. Mas hoje não. Que a saudade é o véu com que vai cobrindo os seus passos...

3 comentários:

Maria disse...

Gosto sempre quando retornas à Bela Amante. É como regressar ao início. De quase tudo. E depois tem a capacidade de chorar jardins, que é uma imagem fantástica.

Um atchim daqui, longe...

Anónimo disse...

escrevi e apaguei tantas vezes. Ora porque me excedia, ora porque não estava a dizer tudo...
enfim! eu e as palavras...

ela vai encontrar o abraço eterno apenas ainda tem o véu que a cobre juntamente com a saudade...
gosto de finais felizes...

Um abraço e um beijo com todo o meu carinho.
Um 2011 em cheio, é o que te desejo a Ti e a Todos os que mais amas.

MeuSom disse...

Talvez que esta seja a roupa mais linda com que alguma vez vestiste a pele sempre quente de alguém. A mais linda.
E a morte, talvez a morte, um dia, seja um momento lento, sem lamento e sem tempo, num abraço, até ao descanço final.

Beijo.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...