Dá-me o tempo o vazio sem pedir licença
Nem sequer bate à porta...
E o meu peito sangra, inquieta-se na tempestade imensa
Que é uma espera crua, fria e talvez morta.
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Uma onda que vem e passa
Não volta, provavelmente nunca mais...
E o meu peito num calor que destrói e abraça
Canta os segundos interditos e infernais.
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Um tremer no fundo mais fundo que se tece
Como um poço infinitamente perdido...
E o meu peito lembra, esquece, lembra, esquece
Neste calar, manto de um leito assim dorido.
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O futuro vagabundo de cada caminhada
Risco no olhar do poeta que se quer menino...
E o meu peito volta a ser tudo e volta a ser nada
Como quem espera que o dia acorde cristalino.
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Grito sem parar o abraço e o beijo
Esse mel do meu jardim que sou eu...
E o meu peito chora solidão e desejo
Porque de tanto talvez já tudo se perdeu.
1 comentário:
O teu último verso diz-me tanto...
Quero-te sempre poeta-menino! Para sempre!
Abraço-te.
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