7 de abril de 2011

oMeUpEiTo

Dá-me o tempo o vazio sem pedir licença

Nem sequer bate à porta...

E o meu peito sangra, inquieta-se na tempestade imensa

Que é uma espera crua, fria e talvez morta.

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Uma onda que vem e passa

Não volta, provavelmente nunca mais...

E o meu peito num calor que destrói e abraça

Canta os segundos interditos e infernais.

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Um tremer no fundo mais fundo que se tece

Como um poço infinitamente perdido...

E o meu peito lembra, esquece, lembra, esquece

Neste calar, manto de um leito assim dorido.

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O futuro vagabundo de cada caminhada

Risco no olhar do poeta que se quer menino...

E o meu peito volta a ser tudo e volta a ser nada

Como quem espera que o dia acorde cristalino.

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Grito sem parar o abraço e o beijo

Esse mel do meu jardim que sou eu...

E o meu peito chora solidão e desejo

Porque de tanto talvez já tudo se perdeu.

1 comentário:

Maria disse...

O teu último verso diz-me tanto...
Quero-te sempre poeta-menino! Para sempre!

Abraço-te.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...