27 de abril de 2011

oMeUtEmPo

O meu tempo é um lago onde não tenho lugar

Mergulho na inquietação

Inundo o meu coração

E nunca chego a chegar...


O meu tempo é um arco-íris por sorrir

Nos silêncios que grito e não

Nas memórias que me fogem em vão

E nunca consigo conseguir...


O meu tempo é um punho que vai pedindo

Um vagabundo no amor e na paixão

Uma voz rouca à toa num porão

E nunca vou porque indo...


O meu tempo é um poema por fazer

Algo ainda em forma de embrião

Um parto que chega a cada estação

E nunca a palavra se pode escrever...


O meu tempo é cada um desses olhares

Que me vigiam os sonhos e a canção

Que me segredam o meu nome em contramão

E nunca sei dos meus lugares...


O meu tempo é o que ainda nem sei

Talvez um poço frágil como o algodão

Talvez um vazio de tamanha lentidão

E nunca sei, nunca sei...

2 comentários:

OUTONO disse...

O teu tempo, será sempre o rasgo da pena, no criar da palavra, num acto de jardinagem poema feliz!

Maria disse...

...
'só para dizer que consegui'...

Beijos

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...