O meu tempo é um lago onde não tenho lugar
Mergulho na inquietação
Inundo o meu coração
E nunca chego a chegar...
O meu tempo é um arco-íris por sorrir
Nos silêncios que grito e não
Nas memórias que me fogem em vão
E nunca consigo conseguir...
O meu tempo é um punho que vai pedindo
Um vagabundo no amor e na paixão
Uma voz rouca à toa num porão
E nunca vou porque indo...
O meu tempo é um poema por fazer
Algo ainda em forma de embrião
Um parto que chega a cada estação
E nunca a palavra se pode escrever...
O meu tempo é cada um desses olhares
Que me vigiam os sonhos e a canção
Que me segredam o meu nome em contramão
E nunca sei dos meus lugares...
O meu tempo é o que ainda nem sei
Talvez um poço frágil como o algodão
Talvez um vazio de tamanha lentidão
E nunca sei, nunca sei...
2 comentários:
O teu tempo, será sempre o rasgo da pena, no criar da palavra, num acto de jardinagem poema feliz!
...
'só para dizer que consegui'...
Beijos
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