25 de julho de 2011

cAnTa-Me





Canta-me um sonho. Pode ser para além do infinito. Uma pétala de grito largada na raiva ou no rio. Uma explosão de sangue que se perde no desvario e se larga na autoestrada. Canta-me um sonho. Mais nada... Canta-me uma dor. Pode ser aquela a que se chama amor. Sim. Existe sempre a inquietação no vento forte. Seja na doce vertigem da vida ou no sossego do que se chama morte. Voltam-se depois os areais e as ondas e tudo o mais que o poeta escorre dos seus passos. Sorrisos e cansaços. Inteiro e aos pedaços. Nas histórias e nas memórias que as palavras conservam e teimam em pintar-se em fonte. Por isso a fome. Tudo o que consome. Pequenos e enormes personagens que ficam e vão. Panteras, amantes, vagabundos, príncipes... E tudo porque os olhos também sabem falar. E os meus... só te pedem para cantar...

1 comentário:

Maria disse...

Canto-te apenas o que sei cantar.
E de sonhos não sei. Mas da dor de dar. Das cantigas e versos por rimar. Das mãos que ficam por se entregar. Dos corpos que se querem entrelaçar. E da dor de dar.
Canto-te apenas o que sei cantar.
Que de sonhos já não sei. Mas da dor de me dar. Dos olhos que se olham sem se olhar. Do sorriso numa boca por achar. Do beijo que ficou por abraçar. E da dor de dar.
Canto-te por fim o que sei cantar: uma canção de embalar...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...