12 de novembro de 2008

vArReRaMeMóRiA

Varrer a memória em correntes de dor.
Alastrar sangue e lágrimas em cada passo pesado.
Falta de ar, rouquidão e fado
Nas frinchas da solidão que conheces de cor...
Tingir a fome em versos de passado.
Fermentar a pele seca de tanto terror.
Raiva e ternura, num gesto ao andor
De quem tudo esquece, peneroso e cansado...

Cada história, uma nova miséria vã.
Tudo é falso, por entre as promessas.
Sabes tu, sei eu, tribuna de honra da manhã
Que se faz mais longe que a noite em que regressas...

Cala-te! Deixa o silêncio ferir e matar!
Vai, nem olhes de novo que os meus olhos são punhais
Com que um dia me quiseste agarrar
Sem saber de onde vens nem para onde vais!
Fica no perfume da tua inquietação
De pintar paisagens e corpos sempre com o mesmo sabor.
Deixo-me só, perto de mais uma inútil paixão
Só quero varrer a memória em correntes de dor...

12 comentários:

Maria disse...

Um silêncio pode matar... por isso devo ter um cemitério dentro de mim.
Mas quando preciso de respirar
mergulho num mar como este, assim...

Um beijo, Pedro

AnaMar (pseudónimo) disse...

...ou o esquecimento que buscamos para descansar a alma...

Melga do Porto disse...

Onde está a nascente e a foz desse rio.
Rio de sentimentos feito desfiladeiro.
Ou será purga de memórias.
Memórias que ferem como punhais.
Dor!
Eu senti, muita e em muitos dias.
Acho que tens mais sorte.
Acho!
:-)

cristal disse...

Há silêncios que ferem e palavras que doem!

mas..

Chegou o tempo de sarar as feridas...e de novo sorrir!

Um Abraço Pedro

Fique bem

mariam [Maria Martins] disse...

Pedro,
calar e varrer as teias do aborrecimento
calar e varrer os contratempos
varrer os ilusórios males

e correr atrás da felicidade
ou calmamente aguardar que ela se aproxime

bom fim-de-semana, Poeta

um grande abraço um sorriso :)
e um beijo

mariam

ausenda hilário disse...

Despreza-me...
açoita-me com terna raiva
o que a tua alma sente
e esgota-te...
até infinda
ser a tua liberdade...!

Abraço

Ausenda

Lídia disse...

... por vezes é mesmo preciso o silêncio e descer bem fundo. Depois... nadamos até à superficie e já teremos, de novo, ar para continuar. Bj

Lúcia disse...

Eu não devia ter lido esta pérola hoje. Hoje não. Porque é assim que sinto...E nunca o diria. Lendo sei que é isto. Hoje...amanhã é outro dia.
Beijinho, Pedro

Unknown disse...

Bj no Silêncio ,
Sandra,

ruth ministro disse...

Andei por aqui e, como sempre, senti-me em casa.

Beijo

as velas ardem ate ao fim disse...

Estou farta da dor....

um bjo

Paula Raposo disse...

As correntes de dor que nos levam sempre mais longe...gostei imenso de te ler. Beijos.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...