9 de dezembro de 2009

aSmInHaSpAlAvRaS

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As minhas palavras partem-me
Arrancam-me de mim
Cruéis e sedentas
Rios e mantas
As minhas palavras são tantas!
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As minhas palavras devoram-me
Suicídios permanentes
Partos e trovas
Ondas como plantas
As minhas palavras são tantas!
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As minhas palavras abraçam-me
Fazem amor
Saudade e temporal
Raízes fecundas
As minhas palavras são fundas!
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As minhas palavras são a noite
Inquietações e silêncios
Gritos e lágrimas
Embriagadas, vagabundas
As minhas palavras são fundas!
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As minhas palavras...
Canções, ventos, marés
Se trago palavras no peito
Se as pinto a meu jeito
Acorrentando-me desfeito
É por seres assim quem és!
O meu sangue e o meu leito.

4 comentários:

Ana Cristina Cattete Quevedo disse...

Somos engolfados, abraçados, paridos por elas.
Que não as teme, e que as teme e mesmo assim encara e enfrenta sua doçura e dureza é o mais feliz dos homens.

Belo poema. Catártico.

Bom dia.

Maria disse...

As tuas palavras são sangue que escoa das pontas dos teus dedos em forma de rio e desaguam em mim como um abraço...

Um beijo, Pedro

Anónimo disse...

As Tuas palavras são nossas.
SIM nossas. de quem te lê e te gosta.
muitas das vezes as tuas palavras poderiam ser minhas. digo "minhas" porque as sinto, mas como já te disse algumas vezes, nem tudo o que sinto eu sei dizer... ainda bem que existem pessoas como Tu.

Obrigado Sempre pelas Tuas palavras.

Um grande beijinho meu

zmsantos disse...

As tuas palavras, Pedro, deixam de ser tuas, quando nelas desperto para uma nova inquietação.

Abraço e até amanhã.

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...