3 de dezembro de 2009

vEnToEmAr


Quando o mar carrega os seus sonhos
E na praia se deita adormecido
Os meus passos são doces e medonhos
À procura do que nunca podiam ter sido

O meu sangue que ferve sem se ver
Os meus lábios, ondas e vento a chegar
Porque a dor de te perder
É bem maior que a dor de te amar

Minha voz, um ronco de espuma e sargaço
Onde me perco em silêncio e solidão
Deste rio que faço e desfaço
Em cada poema, em cada canção

Se esta dor de vertigem ardida e forte
For o toque de um abraço aberto ao mar
Nunca mais será viva esta morte
E morrer será, talvez, voltar

Sinto o peso desta corrente em mim
Que se deita na pele e não sossega
Minha história, uma caminhada eterna, sem fim
Deitada na tristeza que a minha alma carrega

6 comentários:

Maria disse...

Esta eterna inquietação que te ferve no sangue e não há mar que te acalme nem vento que a leve...
De te saber rio poema espuma sargaço dor abraço sorriso canção silêncio solidão que te sossegue...
Tão fortes são as palavras e tão doce o teu olhar...

Abraço-te, Pedro

Abobrinha disse...

Bem, tudo o que diz respeito a mar com este tempo envolve grande coragem! É que uma onda maior pode fazer grandes estragos!

Ana Cristina Cattete Quevedo disse...

Ah, menino...amar dói sim.
E que esse oceando de magia entre em suas veias, para nos ofertar sempre essa belas palavras...

Bom dia =)

Ana Reis Felizardo disse...

Tropeçar num blog, num nome, decorridos mais de vinte anos é... estranho. Não sei se serás a mesma pessoa, eu não sou seguramente a mesma, e tu... se és quem eu julgo, sinto-te feliz e sábio!

Aquarela disse...

Mais um poema encantador que aqui vim descobrir, parabéns!

O livro Escolhas será tambem apresentado aqui no Porto, no clube literario, certo? dia 17/18 de Dezembro??Infelizmente nao poderei ir porque estarei em Madrid, mas estarei atenta para não perder a proxima oportunidade!

E continue, por favor, a fazer e a desfazer rios em cada um dos seus poemas...

António Gallobar - Ensaios Poéticos disse...

Olá

Penso que é a primeira vez que o visito, adorei ler os seus poemas que são fantasticos, este pelo menos adorei mesmo.

Muitos parabens e vou voltar .
Abraço

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...