Não espero mais. Os caminhos perdem a sua música e os meus olhos já não atingem os sonhos. Talvez um dia... Quem sabe consiga acordar do cinzento e voltar a pintar os jardins ou os leitos. Que dos rios sei da correnteza. Que da cama sei o frio. Que da noite a firmeza com que abraço o vazio. Não espero mais. Debruço-me mudo sobre o meu peso. Que das palavras não sei o tempo. Que da luz não sei a cegueira. Que dos versos mal sei o cheiro... Em solitária viagem dentro do meu peito embriago-me de lágrimas e tonturas. Onde a inquietação se desforma e dilui. Em direcção ao nada. Hoje nada é um poema inteiro!
6 comentários:
Há dias assim. Em que tudo nos parece cinzento, tão cinzento que não vemos para além de nós e do que sentimos. Mas há o Mundo lá fora. À nossa volta. Há uma mão sobre o ombro, uma gargalhada que nos desperta. Apesar do nada poder ser o poema inteiro.
Há noites assim. Em que o cinzento fica preto, de tão escuro. E não queremos ver nada para além do que escrevemos. Mas sentimos. E há vida lá fora. À nossa volta. Um olhar que te beija. Um abraço que te aquece. Apesar do nada poder ser o poema inteiro.
Um abraço forte, Pedro.
Há dias cinzentos Pedro, todos os temos de quando em vez, uma vezes temos força para lhes atirar cor e fazer uma pintura qualquer, outros atiramos com nós mesmos e mergulhamos forte no diluir de tudo.
Hoje é um dia. Amanhã é outro.
Muita força.
agarra o arco-iris e atira-o contra o cinza do teu dia.
costuma fazer efeito, pelo menos comigo. um sorriso puxa outro e vamos caminhando...
beijos
... às vezes sentimo-nos ausentes de nós próprios. Cumprimentos coloridos.
Os versos correm-te nas veias.
Beijo
Há dias em que o nada, o vazio, dá poemas lindíssimos, como este!
dos versos sabes todo o aroma. mesmo nos dias do nada.
beijos
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