Sosseguem-me os olhos nas esquinas das histórias!
Perdoem-me as raivas perdidas nas memórias!
Levantai-me! Pintai de novo a poesia!
Digam-me: andarão os abraços na ventania?!!
Fechem-se as janelas!
Curvem-se os sussuros das vielas!
Levantai-me! Pousai-me nos areais da ondulação!
Digam-me: qual o tamanho do coração?
Digam-me que sou pequenino,
Fabricante de paixões,
Andarilho aos tropeções,
Sangue, fome, vómito ou destino...
Fogueira gelada ou menino,
Cantiga enganada ou jardim...
Digam-me: posso caminhar seguro
Desejar que o rio seja puro
Cair-me só perto do fim?
Turvem-se as águas do mato!
O uniforme suado ao desbarato!
Levantai-me! Atiraram-me por terra!
Digam-me: qual a cor desta guerra?
Calem-me! Abafem-me o punho fechado!
Levem-me daqui! Soltem-me em qualquer lado!
Levantai-me! Que sufoco só de olhar!
Digam-me: vale a pena voltar a amar?
Digam-me que sou canibal,
Feio, porco e demasiadamente repetido,
Fermento podre e perdido
No meio de um mundo vazio e banal...
Semente descascada, dor forte e visceral...
Voz de monstro ou simples calor
Digam-me: de que me vale este passo triste
De vertigem que em mim ainda resiste
Porto de viagem ou campa sem flor?
12 comentários:
Engasguei-me com este grito.
Tenho de voltar a lê-lo daqui a pouco. Para o digerir.
Deixo-te um abraço, menino poeta...
(e já volto)
Pedro,
um abraço sentido lhe dou.
estou como a Maria, não sei que diga a este aflito grito, espero que seja tão somente, um genial escrito criativo.
um beijinho
mariam
(esta noite, estou triste, por este grito, porque acabei de vir da Luisa/pin gente...)
Já voltei aqui tantas vezes...
e sempre saí.
Este grito grita-me.
Tivesse eu colo,
escondia-te no meu peito...
Um abraço, Pedro
Desculpa, mas tive que voltar.
Como eu te vejo neste grito
Coração, pequenino, menino, jardim, rio puro, semente e terra, punho fechado, calor
Serás sempre um porto de viagem
E levo-te daqui.
Esta noite
e só esta noite
serei apenas eu.
E beberemos,
descalços, a
cachaça pura
da ternura.
Esta noite.
Apenas.
À beira mar.
Um beijo de boa noite, Pedro
Chegou-me este grito... porque também é meu quando o desalento me invade, quando também não creio...
Apenas te posso deixar o meu abraço e dizer-te que o teu coração é grande...
beijo, Pedro
Os abraços andam nos laços das palavras que não se soltam com o vento.
Beijo
Leio[te] em silêncio_______o [teu] grito
Um abraço
Hoje também eu grito.
Mas vale a pena voltar a amar. Acredita!
Bj
Pedro
Este grito calou em mim as palavras...
Queria tanto inventar palavras que lhe aquietassem a alma, lhe serenassem o olhar e o coração adoçassem...
Assim...na ausência das palavras...
...Receba o meu ABRAÇO amigo...
Hoje
também grito...
pelo belo
pelo insano
por valer...
sempre valer
a pena
amar!
Abraço
Ausenda
Um dia disseram-me:
"Cada qual tem aquilo que merece!"
E dai não mais se moveram.
Não te posso abraçar, nem tão pouco afagar. Poderei, quando muito, te dizer da sorte que tens com os amigos que te rodeiam.
Eu não tive essa sorte e sei o que sinti e sinto.
Por isso, força agarra-te a eles e verás como operam maravilhas.
Quando estão do nosso lado...
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