Fecundo o suco da saudade escorre-me na pele. Naufrago na corrente medonha da memória. Lentamente, o vento percorre-me o sono. E canso-me de novo no silêncio. Voltas e partes de mim sem saber que sou árvore... que os meus ramos se elevam ao amor... que o meu verde é sangue e desejo... que as crostas são olhos de mel e vigia. Não sei do poiso ou da próxima paragem. Talvez um campo de fugir de vista onde me perca de vez. Quem sabe um caniçal que me cubra o peso. Ou então uma cantiga rouca e terna. Adormecida em mais uma lágrima inquieta e só. À espera da direcção! Volto sempre a mim depois de mim sair. É a maré eterna da minha existência. Que se consolida a cada novo poema. No cume sábio da montanha mais densa do meu corpo...
8 comentários:
Viajas pelas palavras e reinventas-te. Hoje és árvore ontem foste rio amanhã logo se vê.
És sempre poema. És sempre voz. És sempre cantiga.
Por isso voltas sempre a ti. Na eterna maré que te enche. Na plenitude do teu corpo...
Beijos, Pedro
(a fotografia é fantástica!)
Pedro,
'chiça' que não vejo a imagem! mas enchi a 'alma' com as palavras :)
fantástico este poema tão 'cheio' de ti!
boa semana
bj
mariam
Gostava de escrever assim. Mas as palavras entopem-me a alma.
eu nem sei o que sou... a maioria das vezes. perco-me. encontro-me. parece que ando a jogar ás escondidinhas comigo mesma!
Tu pelo menos sabes que vais e vens na Maré,,,
beijos Pedro
Pedro o que dizer?? nossa mocinho que lindooooooo... Vim conhecer seu blog e me apaixonei pelo que tu escreves... quanta sensibilidade... me tocou profundamente.. Parabéns mais uma vez... beijos carinhosossssss
Denso . .nas palavras...na foto. Quente1
beijinhos, pedro
nesta maré eterna te perdes e te encontras. na maré das palavras.
beijos
Este poema fez me chorar de tão belo que é
(qual é o desafio que tens para mim?)
bjo P
"Corrente que de mim é maré" Interessante o texto prolongado em pensamentos.
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