16 de novembro de 2010

IrEvIr


Se o toque das marés fortes em mim
Fossem apenas gritos,
Gemidos de encontro ao peito
O meu canto seria a pele que enfim
Por entre sonhos interditos
Desaguava na rocha liquefeito

Se o rugir das ondas loucas de tanto
Fossem somente caminhos,
Pedaços de memórias e sonhos a chegar
A minha voz seria a dor e o pranto
Que um dia se amaram sozinhos
Só para de novo poderem regressar

Se o brilho das marés ferventes à solta
Fossem silêncios e passos,
Flores eternas que cheiram a vida
A minha viagem talvez fosse também de volta
Entre as chagas do destino e os cansaços
E em cada chegada, se inventaria outra despedida

3 comentários:

Maria disse...

Na rocha em que se desfaz a onda em despedida
A dor dos amantes que se amaram em vida
Porque há sempre uma chegada em cada partida...

Anónimo disse...

Se...
Se...
Se...
em cada chegada se inventa uma outra despedida, inventa-se depois uma nova chegada porque será sempre um até já :)

beijo Pedro

Maria disse...

- Eu vou. E venho. E tu?
- Venho, em maré cheia!
- E isso é bom?
- É. Um sonho que tenho faz tempo...
- Então eu vou e venho. Contigo...

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...