13 de novembro de 2010

sAnGuEeMaR

Serpenteia-se-me a alma na procura de tanto
Versos e caminhos que aos meus pés se perdem sem cantar
Talvez uma saudade, uma memória envolta no manto
De tudo o que das minhas mãos se inventa em sangue e mar

Rompe-se-me a corrente na embriaguez do caminho
Gritos e ventos e marés e cores que invento sem parar
Talvez o que resta de uma morte envolta em lençol de linho
De um leito afogado entre o sonho, o sangue e o mar

Volta-se-me o vagabundo que o meu peito abriga
Por entre o macio da pele, perdido nas malhas e nos silêncios do teu olhar
Talvez um outro segredo, verso, tela ou cantiga
Que seja muito mais do que o tempo, o sangue e o mar

Por isso, seja lá quem me quiser um dia eternamente
Eu consiga quem sabe morrer e anunciar
Que a minha vida se faz de trás para a frente
Ao sabor de tudo o que me corre no sangue e no mar!

3 comentários:

Filoxera disse...

Há poemas perantes os quais qualquer palavra parece inignificante.
Por isso, limito-me a sentir este.
Um beijo.

Carmo disse...

Perante a beleza deste poema só me resta agradecer a partilha.
Abraço e boa semana

Anónimo disse...

Olá Pedro. :)
Palavras para quê? deixo-te o meu silêncio que tu sabes tão bem ouvir..

beijo
at

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...