17 de janeiro de 2012

qUe

Que o tempo entra por mim eu sei!
Cobre-me o ventre e fecunda outra vez
Todas as memórias que ainda não matei
E me deixa moribundo perto do que já se fez...
Que o sangue queima o rosto por sorrir!
Lambe-me as lágrimas e depois desaparece
Cada canção outra faz-se ao mar sem se ir
E depois ferve no manto que a minha alma tece...
Que os versos se pintem cá dentro fortes e loucos!
Julga-me as voltas que o mundo dá em mim
E os abraços sempre tantos, sempre poucos
Como flores que se inventam em mais um jardim...
Que as vozes da paixão sejam marchas de beijos ao vento!
Grita-me os sussurros em palavras de amor
Pode ser que se faça trova em cada momento
Nas curvas que nos meus passos me fazem cantor...
Que as histórias te chamem aos labirintos para renascer!
Caminho-me por fora dos aromas que na minha pele se deitam
E as curvas dos lábios são partos que renascem ao nascer
Por entre os pequenos passos que na minha vida se enfeitam...

3 comentários:

Maria disse...

Que o sonho vive em ti eu sei. Colhes flores de todas as cores com que fazes um leito onde o corpo descansa e faz o que tem de ser feito. Cobres-te com um manto de estrelas. E a estrela maior sorri-te.
Que as memórias te povoam as noites e os dias eu sei. Jamais poderás matá-las porque são a essência de ti a tua vida e também a tua luta.
Despertas pela madrugada com o cheiro a maresia. E o mar a teus pés sorri-te.
Que a tua pele te queima eu sei. Sangue fervendo de paixões e amores e canções que não cantas mas lanças ao vento que as devolve num abraço leve. Como leve é o pranto. Como breve é a vida. Como eterno é o teu abraço...

zmsantos disse...

Linda Maria!

Beijos aos dois...

Ailime disse...

Amigo,
Sempre que o leio emocio-me.
Um abraço do tamanho do mundo.
Ailime

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...