30 de março de 2009

SeR(-mE)




Pouso-me perante a ponta de um lápis e de uma folha em branco. Salto logo lá para dentro e escrevo e escrevo e escrevo. Mal sei do suor que de tanto grito e paixão me corre pela ponta dos dedos e mergulha dos olhos até tudo querer pintar e apagar e pintar de novo e apagar e pintar. Queria o mundo num toque apenas e a vida num minuto. Para depois repetir e repetir e repetir... como as músicas da minha aparelhagem. Obsessivamente. Vivo como se a vida fosse acabar já. Às vezes sufoco(-me). Outras esqueço(-me) e deixo(-me) ir. No som de uma voz. No cheiro de um corpo. No abraço de um olhar. No sonho de uma mão. Deixo-me ir em mim e em ti e em todos que a meu lado querem a vida. Saltemos, então, nas praias que inventamos para nos cobrir. Assim sou feliz e assim sou infeliz. Completamente nos outros e unicamente sozinho.

7 comentários:

Maria disse...

Tu és o que escreveste aqui. E mais, muito mais do que aqui ficou escrito.
Não posso continuar a comentar-te, pelo menos agora...

Digo apenas que a vida não acaba já, que a gente vai continuar, "enquanto houver estrada para andar"...

Abraço-te.

Anónimo disse...

a constante ambivalência do ser é a doença mais comum nos poetas, caro pedro. um grande beijinho.

cristal disse...

É bom deixarmo-nos ir...no som de uma voz,no abraço de um olhar...

Belíssimo Pedro!!!

Um Abraço

Anónimo disse...

e eu a pensar que era a única louca :))
é bom ler-te mesmo que apagues e voltes a escrever, saltas para a folha em branco e vê-se nos teus olhos que sabes bem o que estás a fazer...
ás vezes parece que os fechas como se os fechasses o sonho virasse a realidade.

vamos lá saltar para a praia, aposto que o pessoal alinha, libertar energias, (r)ir e voltar eternamente nas palavras que nos unem.

beijo grande

mariab disse...

mas é assim que vale a pena viver: como se a vida fosse acabar já.
beijo, Pedro.

Som do Silêncio disse...

Excelente texto Pedro...a tua cara!!!

Beijo,
Som

as velas ardem ate ao fim disse...

Tu escreves tão bem Pedro.Apetecia me dar te um abraço.

(a bebé esta quase???)

bjo

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...