Pouso-me perante a ponta de um lápis e de uma folha em branco. Salto logo lá para dentro e escrevo e escrevo e escrevo. Mal sei do suor que de tanto grito e paixão me corre pela ponta dos dedos e mergulha dos olhos até tudo querer pintar e apagar e pintar de novo e apagar e pintar. Queria o mundo num toque apenas e a vida num minuto. Para depois repetir e repetir e repetir... como as músicas da minha aparelhagem. Obsessivamente. Vivo como se a vida fosse acabar já. Às vezes sufoco(-me). Outras esqueço(-me) e deixo(-me) ir. No som de uma voz. No cheiro de um corpo. No abraço de um olhar. No sonho de uma mão. Deixo-me ir em mim e em ti e em todos que a meu lado querem a vida. Saltemos, então, nas praias que inventamos para nos cobrir. Assim sou feliz e assim sou infeliz. Completamente nos outros e unicamente sozinho.
7 comentários:
Tu és o que escreveste aqui. E mais, muito mais do que aqui ficou escrito.
Não posso continuar a comentar-te, pelo menos agora...
Digo apenas que a vida não acaba já, que a gente vai continuar, "enquanto houver estrada para andar"...
Abraço-te.
a constante ambivalência do ser é a doença mais comum nos poetas, caro pedro. um grande beijinho.
É bom deixarmo-nos ir...no som de uma voz,no abraço de um olhar...
Belíssimo Pedro!!!
Um Abraço
e eu a pensar que era a única louca :))
é bom ler-te mesmo que apagues e voltes a escrever, saltas para a folha em branco e vê-se nos teus olhos que sabes bem o que estás a fazer...
ás vezes parece que os fechas como se os fechasses o sonho virasse a realidade.
vamos lá saltar para a praia, aposto que o pessoal alinha, libertar energias, (r)ir e voltar eternamente nas palavras que nos unem.
beijo grande
mas é assim que vale a pena viver: como se a vida fosse acabar já.
beijo, Pedro.
Excelente texto Pedro...a tua cara!!!
Beijo,
Som
Tu escreves tão bem Pedro.Apetecia me dar te um abraço.
(a bebé esta quase???)
bjo
Enviar um comentário