28 de dezembro de 2009

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Corrente de mim, o tempo, canta

Grita-me o sangue e eu nem sou cantor...

Corrente, assim, um rio, manta

De me aquecer em pedaços de amor
.

Corrente de mim, o tempo, ama

Inquieta-me os versos e eu nem sou amante

Corrente, assim, mesmo poeta que inflama

O tempo, esse, que vai sempre mais adiante
.

Corrente de mim, o tempo, mãe

Aleita-me a pele e eu nem sou semente

Corrente, assim, como quem se alimenta também

No encontro brutal das solidões de toda a gente

5 comentários:

OUTONO disse...

A beleza deste poema...e o nó que deves ter sentido ao escrevê-lo.
Como o sinto também, numa saudade que dura...
Um abraço sentido.

Maria disse...

... e tu nem és semente?
Já semeaste tanto, mas tanto, em correntes de amor amizade solidariedade e pele. Pele! Em arrepio.
E reconheço este pedaço de mar que é pedaço de mim...

Um abraço, forte.

Mukanda disse...

Lindo!
Um beijinho Pedro

Lídia disse...

... a corrente que vai e vem, a saudade que vai e vem... e o tempo que traz em ondas estes 'sentires'. Abraço longo.

Aquarela disse...

Muito belo... parabéns!

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...