Para onde me leva este caminho
Feito muro dentro da solidão
Arrancado às voltas neste vazio de tanta inquietação
Que me canta e adormece,
Me mata e engrandece,
Que desta morte em colcha de linho
Se sufoca a alma, sem que páre o coração?
Para onde me levo eu, turvo em desalinho
Cansado, isolado, desassossegado por todo o lado
De palavras tão iguais e verso já pisado
Que assim me maço e deixo cair
Sem dó, sem história ou até porvir
Que desta morte em horizonte, como um espinho
Sangra demais, no silêncio do meu fado?
Para onde é a vida, se a canto tão sozinho
Sem o teu braço no meu peito
Ou apenas um beijo mesmo imperfeito
Uma lágrima de nos cobrir o amor
Uma promessa mais, de sonho e calor
Que desta morte, sabe também o meu ninho?
É tempo de refazermos os passos e o leito!
3 comentários:
Sabes Pedro...
Existem frases, meras palavras, momentos, que deveriamos poder repetir sempre que a vontade assim o quisesse, desde que isso nos deixasse com um sorriso gravado no rosto..
Beijo meu
Som
Para onde me levam os meus passos se nada sei deste caminho de que servem todos os abraços se é para continuar sozinho quando me resta a inquietação de te saber em fogo lento aquecendo o teu coração que espera um sopro de vento para onde me levaram os meus passos se nada sei do mar violento que me espera com cheiro dos sargaços a abraçar-me enfim cansada deste tempo...
Abraço-te, Pedro
Morrer de olhos abertos, e num interminável último suspiro viver em desalinho com a morte, com a vida.
Afinal, todos os beijos são imperfeitos quando se adormece nos braços da inquietação.
Li-te como li Camões.
Abraço.
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