7 de agosto de 2010

eStAçÃo


Era uma vez um poeta. Rasgado e inteiro.
Amava a palavra poema. Queria ser dono do peito.
Mas morria sempre primeiro.
Era uma vez um poeta. Cansado e belo.
Dormia nas ondas dos versos. Sonhava um rio a seu jeito.
Mas sangrava sempre um apelo.
Era uma vez um poeta. De olhar brilhante e sem dono.
Caminhava de mão dada com o tempo. Imperfeito.
Mas caía como uma folha de Outono.
Era uma vez um poeta. De mão forte e abraço que espera.
Mas que um dia se fará de novo Primavera!

3 comentários:

Maria disse...

Hoje deixo um sorriso e uma folha das que voaram à minha frente, com o Vento, quando descia a serra...

Beijo-te.

OutrosEncantos disse...

Era uma vez um poeta, que mesmo quando já não estiver... será sempre O POETA. Tem olhar brilhante e belo, estendido pelos rios e pelos mares.
Diz de si ser Outono já cansado...
mas tem mão que segura e abraço em espera, que aperta...
pela mão forte fojem-lhe as palavras que não cabem no seu peito, são flores de Outono que o vento espalha por aí, sons da Primavera...
todos os dias são Primavera,
todos os dias suas palavras belas por aí!

Beijo, Poeta!

Anónimo disse...

era uma vez a Primavera que sabia que o poeta a esperava, isso encheu-a de felicidade para se fazer de novo...
Não podia ultrapassar as outras Estações, e como tal esperou que chegasse a sua vez, para que nada se magoasse...
Aí a Primavera encontrou o Poeta não nas palavras mas no olhar e no abraço, nas maos, no toque, nas palavras que se escusaram dizer.
A partir daí o poeta e a primavera nunca mais deixaram de se ver...

beijos Pedro
Gostei tanto do que li, que me inspirei (agora vou dormir) :))

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...