Fecho os olhos e vejo. Todas as cores; todas os abraços. Fecho a boca e grito. Carrascos, amores, sangue e cansaços. Pouso o caminho e páro. Viagens de ir, de nunca chegar de vez. Perco-me no tempo e encontro-me. Como um peixe perdido num rio que nunca se desfez. Marco a terra e fico. A espera que se desliga sem pedir. Por isso, no embalo do poeta, arrasto-me sem sequer o conseguir. Choro as pedras e floresço. O céu rompe por entre os meus dedos. E depois, no mais duro momento da noite, abafo-me no meio dos meus segredos. E minto. E sinto. E pranto. E tanto. E só. Sem dó. E novamente. Se sente. E eu. Não teu. E tu. A nu. O verso assim. Sem fim. Fica. Para ser. Nos meus olhos fechados sem ver...
5 comentários:
Hoje não sei comentar-te, Pedro.
Apenas sinto uma dor. De tanto. De pranto.
E sinto-te...
Gostei imenso!
sim... de olhos fechados vê-se e sente-se num registo quase perfeito. e... de olhos fechados retêm-se o que se poderia perder de olhos abertos...
beijo Pedro
Sim, de olhos fechados temos uma percepção mais intensa daquilo que nos rodeia.
Um abraço e boa semana
Intenso, vivido, arrasador, sente-se, não se comenta.
Escreve maravilhosamente bem.
Beijos.
Branca
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