26 de novembro de 2010

oLh0sFeChAd0sSeMvEr

Fecho os olhos e vejo. Todas as cores; todas os abraços. Fecho a boca e grito. Carrascos, amores, sangue e cansaços. Pouso o caminho e páro. Viagens de ir, de nunca chegar de vez. Perco-me no tempo e encontro-me. Como um peixe perdido num rio que nunca se desfez. Marco a terra e fico. A espera que se desliga sem pedir. Por isso, no embalo do poeta, arrasto-me sem sequer o conseguir. Choro as pedras e floresço. O céu rompe por entre os meus dedos. E depois, no mais duro momento da noite, abafo-me no meio dos meus segredos. E minto. E sinto. E pranto. E tanto. E só. Sem dó. E novamente. Se sente. E eu. Não teu. E tu. A nu. O verso assim. Sem fim. Fica. Para ser. Nos meus olhos fechados sem ver...

5 comentários:

Maria disse...

Hoje não sei comentar-te, Pedro.
Apenas sinto uma dor. De tanto. De pranto.

E sinto-te...

Graça disse...

Gostei imenso!

Anónimo disse...

sim... de olhos fechados vê-se e sente-se num registo quase perfeito. e... de olhos fechados retêm-se o que se poderia perder de olhos abertos...

beijo Pedro

Carmo disse...

Sim, de olhos fechados temos uma percepção mais intensa daquilo que nos rodeia.

Um abraço e boa semana

Branca disse...

Intenso, vivido, arrasador, sente-se, não se comenta.
Escreve maravilhosamente bem.
Beijos.
Branca

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...