13 de março de 2011

pArAd0


Segredo-me um secreto segredo feito de mistérios e pequenas coisas. Sorrio um sorriso que ri na lembrança do que fica. Não quero chorar mais palavras que me afogam numa torrente que cobre as repetições. Cada um saberá da doçura com que o algodão trata das feridas. O meu peito abriu-se numa abertura tremenda que turva os olhares e cobre os versos de uma inquietação inquietantemente inquieta que se repete e se repete e se repete e se repete. Os caminhos das noites não sei onde vão dar. Se a norte ou se a lado nenhum. Estremecem-me os dedos no dedilhar das teclas pretas e secas. E fico neste ficar sem espera e sem tremor. Parado.

2 comentários:

Contos da Rosa disse...

Deu um show neste pequeno texto. Parece brincar com os vocábulos e o resultado é tamborilante. Cada frase um banquete ao leitor.

Gostei desta "E fico neste ficar"...

Servi-me. Agora, boa noite/!

OUTONO disse...

Quase que apetece...ficar sem ficar, fugir...sem partir, escrever... sem redigir, esculpir...sem rasurar...
Fabuloso "escrever" este que me dás um prazer imenso em partilhar, numa leitura repetida!
Abraço!

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...