6 de março de 2007

AcAsAd0aVô

Procurei-te no meu corpo junto ao soalho do postigo. No armário apenas um conjunto de roupas do avô. No baú ainda os projectos das nossas brincadeiras das tardes sem aulas. Hoje nada disso te interessa porque sabes que naquela casa nunca foste. Eu fui. Quando tu chegaste tinhas sido ultrapassada pelas memórias. Do soalho do postigo. Do armário. Do baú. Porque as memórias atrapalham sempre as procuras do corpo...

Deixei-me então estar sem te ter encontrado. Perdido na certeza dos silêncios. Feliz. Afinal, não pertences a este lugar. Mesmo que me pertenças...



9 comentários:

Maria disse...

Aquela casa eras Tu.
E porque as memórias me atam nas procuras do corpo, eu mergulho no meu silêncio e saio devagarinho. De Ti. Da Casa.

Beijo.

un dress disse...

e porém...

alguém terá que

fiCaR poR dentrO

boa noite :)

Anónimo disse...

Um fluído do que era... a essência do dia-a-dia de um avô querido...


abrçs

Mina disse...

Desde que te pertença, tudo o que é teu é dela também... mesmo em memórias :)
Bjs!

Maria Carvalho disse...

Gostei destas memórias na certeza dos silêncios. Belo! beijos.

Skin on Skin disse...

Quero pertencer a esse lugar...quero que me pertenças para sempre...palavras com todo o sentido, para mim!

Beijokas on skin

Suspiros disse...

Os lugares são apenas os lugares. Ainda que sejam nossos. Mas as almas permanecem.

Maria P. disse...

Lindíssima imagem. Bem acompanhada pelas palavras.

Um beijo.

Claudia disse...

Isso é o que importa. Que a casa sejas tu!!!

Beijo

oTeMp0

O tempo que passa Leva uma flor ao vento Que se faz poesia e raça Fonte, porta e lamento Curva-se o peregrino Sem ter medo da desgra...